Mercado fracionário é a solução para o investidor iniciante na Bolsa em tempos de coronavírus

O Brasil atravessa um momento turbulento: os efeitos econômicos da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, estão latentes nos mercados. Para o investidor que está começando a aplicar na Bolsa agora o momento pode parecer uma cena de filme de terror com perdas e mais perdas. No entanto, há alternativas que podem auxiliar a entrada na bolsa de valores e o investimento em ações mesmo durante a pandemia. Mercado fracionário O mercado fracionário é uma ótima alternativa para quem quer aplicar em bolsa, mas não quer arriscar muito. Nesse cenário, é possível comprar pequenas quantidades de ações e surfar nas ondas de alta mesmo com menos dinheiro investido. “Mesmo com a crise, o número de CPFs na bolsa aumentou 37% neste ano. E o perfil da B3 não são bilionários. Eles têm cerca de R$ 20 mil para investir. Pensando em aplicar R$ 10 mil em renda variável, é pouco para ter uma carteira muito diversificada. Por isso, comprar um pacote de 100 ações, que é o padrão, por R$ 35 sai caro para esse investidor”, explica Beatriz Aguillar, do Papo de Bolsa. No entanto, quem começa comprando essa mesma ação no mercado fracionário pode adquirir 10 ações, por exemplo. E consegue diversificar mais sua carteira. Assim, o mercado fracionário se torna um caminho possível em um momento difícil. “Ao invés de um lote padrão de 100 ações, o investidor pode comprar 25 ações em um mês, mais 50 em outros e assim por diante. E, ainda, consegue manter um fluxo de caixa nesse período. Passando de 100 ações, o investidor já pode vender o combo no mercado tradicional, mas para comprar de pouco em pouco tem que ser no fracionário. Tudo pode ser feito no próprio home broker”, explica Aguillar. É verdade que o mercado fracionário tem uma liquidez menor, já que são menos pessoas negociando. Aguillar também alerta que, por vezes, o preço da ação é levemente diferente. “Se no tradicional é R$ 7, no fracionário é R$ 7,05. Mas ações do mercado fracionário também pagam dividendos, que são proporcionais à quantidade adquirida”, diz. Cautela Mesmo para quem já opera, o mercado fracionário pode ser uma opção. “É uma boa para entrar aos poucos. Tenho R$ 50 mil para investir hoje, mas com a pandemia, por exemplo, só cai. Posso comprar parte hoje e deixar para comprar mais na semana que vem. É uma forma de participar do mercado sem apostar muito. Segundo ela, ela mesma usa o fracionário pra rebalancear o portfólio. “Eu tenho 10 ações, cada uma com 10% de peso. Mas elas caíram para 8% de participação dado o momento que estamos passando. Por exemplo, para voltar para os 10% preciso comprar 542 ações. Vou no home broker compro 500 no comum e 42 ações no fracionário”, exemplifica. Mas Beatriz lembra: “só vale a pena quando os custos operacionais são reduzidos. Não adianta economizar 1.000, mas gastar com corretagem e emolumentos caros. Se não, mata a rentabilidade só com os custos. Essa é a principal vantagem da Clear Corretora, que não cobra taxa de corretagem e o investidor só paga as taxas da B3”, explica. Ter uma conta em uma corretora que não cobra algumas taxas é uma grande vantagem. “Por exemplo: o investidor gasta R$ 10 em uma ordem de compra do mercado fracionário. E a ação custa R$ 7. Essa operação não compensa. Só o custo de aquisição é R$ 17. É prejuízo, já que o investidor vai precisar que a ação suba 120% para cobrir o custo”, explica Beatriz. Fonte: InfoMoney